O que é Anorexia?
Anorexia, também conhecida como Anorexia Nervosa, é um transtorno alimentar sério e possivelmente fatal caracterizado pela autoimposição de fome e pela perda de peso extrema[1]. O termo original em grego implica em “falta de apetite”, mas a perda de apetite não é a causa chave para essa condição. Em vez disso, é um medo obsessivo de ganhar peso que provoca dietas extremas e exercícios excessivos [2].
Em termos clínicos, a Anorexia é definida como um índice de massa corporal (IMC) abaixo do normal (menor que 17,5), com evidências de autoindução à perda de peso como o medo infundado de engordar, a autopercepção distorcida do próprio corpo e a negação do problema[3]. Pessoas com anorexia muitas vezes tentam esconder sua doença e podem negar que têm um problema, mesmo quando estão severamente desnutridas [4].
A anorexia é mais comum em adolescentes e jovens adultos, sendo até dez vezes mais prevalente em mulheres do que em homens[5]. Há múltiplos riscos associados à anorexia, incluindo diminuição da função imunológica, osteoporose, anemia e distúrbios cardíacos. Em casos graves, pode levar à morte[6].
O tratamento para a anorexia é multifatorial, incluindo terapia nutricional, psicoterapia e em muitos casos medicamentos. É importante tratar não só a perda de peso, mas também o problema psicológico subjacente[7]. O apoio familiar também é um componente crítico no tratamento da anorexia[8].
Os mecanismos subjacentes da anorexia ainda não são totalmente compreendidos, mas pesquisas sugerem que fatores genéticos, meio ambiente e traumas podem contribuir para a sua ocorrência[9]. Curiosamente, há também evidências que sugerem um potencial componente biológico, com pesquisas indicando alterações na atividade do neurotransmissor em pessoas com anorexia[10].
Referências
- Treasure, J., Claudino, A. M., & Zucker, N. (2010). Eating disorders. The Lancet, 375(9714), 583-593.
- Zipfel, S., Giel, K. E., Bulik, C. M., Hay, P., & Schmidt, U. (2015). Anorexia nervosa: aetiology, assessment, and treatment. The Lancet Psychiatry, 2(12), 1099-1111.
- Diagnostic and statistical manual of mental disorders-5. (2013). Washington, D.C.: American Psychiatric Association.
- Touyz, S., Le Grange, D., Lacey, H., Hay, P., Smith, R., Maguire, S., … & Hart, S. (2013). Treating severe and enduring anorexia nervosa: a randomized controlled trial. Psychological Medicine, 43(12), 2501-2511.
- Smink, F. R., van Hoeken, D., & Hoek, H. W. (2012). Epidemiology of eating disorders: incidence, prevalence and mortality rates. Current Psychiatry Reports, 14(4), 406-414.
- Mitchell, J. E., & Crow, S. (2006). Medical complications of anorexia nervosa and bulimia nervosa. Current Opinion in Psychiatry, 19(4), 438-443.
- Godart, N., Berthoz, S., Curt, F., Perdereau, F., Lang, F., Venisse, J. L., … & Flament, M. (2012). A randomised controlled trial of adjunctive yoga and adjunctive physical exercise training for cognitive dysfunction in anorexia nervosa. Journal of Psychiatric Research, 46(5), 635-643.
- Couturier, J., Kimber, M., & Szatmari, P. (2013). Efficacy of family-based treatment for adolescents with eating disorders: A systematic review and meta-analysis. International Journal of Eating Disorders, 46(1), 3-11.
- Bulik, C. M., Sullivan, P. F., Tozzi, F., Furberg, H., Lichtenstein, P., & Pedersen, N. L. (2006). Prevalence, heritability, and prospective risk factors for anorexia nervosa. Archives of General Psychiatry, 63(3), 305-312.
- Kaye, W. H., Fudge, J. L., & Paulus, M. (2009). New insights into symptoms and neurocircuit function of anorexia nervosa. Nature Reviews Neuroscience, 10(8), 573-584.